Atividades de estimulo para a pessoa com Alzheimer

02/06/2016 14:00

Atividades de estimulo para a pessoa com Alzheimer
O dia-a-dia de quem cuida idosos não é fácil. Várias tarefas da rotina do idoso são responsabilidade de quem esta responsável pelos cuidados: alimentação, higiene, gerenciamento de medicações e, não podemos esquecer, a estimulação cognitiva.
Pensando nisso, resolvemos listar atividades e objetos que podem ser utilizados na rotina da estimulação. 

Leitura:
– Livros. Jornais, Revistas: esses recursos podem ser úteis para estimular as habilidades cognitivas relacionadas a leitura, afinal para essa atividade aparentemente simples tudo começa com o reconhecimento de letras, sílabas e palavras, passa pelo processamento de frases e parágrafos até chegar na compreensão dos textos. Usando a leitura, pode-se estimular o conhecimento prévio do leitor sobre o assunto, estimulando a linguagem e a mémoria. Habilidades de compreensão e raciocínio são necessários para a interpretação do texto. Sendo assim, pacientes capazes de atingir esse nível de processamento da informação, devem ser estimulados a interpretar o texto lido.

Você sabia?
“De acordo com a pesquisa de uma universidade inglesa, não importa em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso; a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lrteas etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma ttaol bçguana que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea. Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa como um tdoo.” Conhecendo esta curiosidade, fica mais fácil entender a complexidade da leitura para nosso cérebro.

Algumas estratégias podem ser necessárias para se atingir um desempenho eficaz durante a leitura:
– Régua. Pode ser importante para direcionar a atenção do cliente ao texto e orientá-lo quanto a sequência da frase.  As réguas recomendadas são as opacas, pois as transparentes podem não “isolar” completamente o texto a ser lido.
– Marcador de texto. Os famosos marcadores de texto também podem ser usados na estratégia de isolar o trecho do texto a ser lido ou o começo e o fim da leitura.
 

Ouvir música:
A música é uma ferramenta terapêutica muito importante. E, quando o assunto é estimulação cognitiva, não poderíamos deixá-la de fora. A música pode ser relaxante para o cliente. Em momentos de agitação, é uma excelente ferramenta para quem cuida de um paciente com Alzhemeir quando ele quer mudanças de humor. Como recurso de estimulação pode-se usar a música pedindo para bater palmas, assoviar ou bater os pés, sendo uma forma de perceber o corpo e de estimular o ritmo.
A memória musical também deve ser estimulada, todos temos músicas significativas e quando se sabe quais músicas são significativas pode desencadear lembranças que podem ser tema de conversas entre quem cuida e o paciente com Alzheimer. Além de falar sobre as lembranças, também faz parte da estimulação cognitiva, o canto. Cantar é algo que até pessoas em estados avançados de demência podem fazer.  Aliás, usar a música nesses estágios avançados de demência pode trazer à realidade pessoas que passam a maior parte do tempo distantes e alheias ao mundo à sua volta.

Ver fotografias
Fotografias significativas em quadros pela casa é um recurso útil para quem cuida. Fotos emolduradas e albúns de fotografia podem ser constantemente utilizados pelo cuidador para estimular a memória. O reconhecimento de faces, de lugares e de situações pode ser conseguido por meio da fotografia. Discutir lembranças é uma estratégia que até hoje se usa na “terapia de reminiscências” que consiste em usar fotografias, objetos familiares e músicas para ter benefícios cognitivos e comportamentais. Fazer uso desses recursos com frequência pode ser bastante positivo.

Estimular o uso objetos familiares:
Manter objetos familiares à vista dos clientes é uma ótima ação. Esses objetos ajudam os clientes a se orientarem e também trazem lembranças importantes. Aliás, a diminuição da confusão deve-se a essa lembrança. Permitir e estimular a manipulação de objetos familiares pode ser fundamental para manter a pessoa ativa durante mais tempo. Se ela é capaz de pentear os cabelos, mesmo precisando de supervisão ou que ao final precise refazer, é importante para manter a memória de como realizar as atividades. Se ela é capaz de arrumar a gaveta, que seja estimulada a fazer isso. Isso deve ser visto não somente como estratégia para preservar as memórias como também atitude positiva para o sentimento de autonomia.
 
Estimular o contato com amigos e parentes
Faz parte da progressão da demência de Alzheimer o distanciamento social, pois as habilidades necessárias para socialização vão sendo comprometidas. Manter o máximo possível o convívio social é muito importante do ponto de vista cognitivo. Socializar é uma oportunidade de usar as habilidades cognitivas. Diante de um caso com algumas limitações que prejudicam a socialização, é necessário que quem cuida seja intermediário dessa relação. Funcione como uma espécie de tradutor para o doente. Isso não significa somente traduzir a conversa, mas também orientar aos parentes e amigos como deve ser feito.
 
Oferecer oportunidades de atividade física:
Engana-se quem acha que a pessoa com Alzheimer não pode fazer atividade física. Ela tanto pode quanto deve. Os exercícios físicos fazem parte de uma rotina com estímulos. Além de ser a oportunidade de estimulação, a atividade física contribui para a redução de placas amilóides (causa do Alzheimer). Atividades que antes faziam parte da vida do doente com Alzheimer e eram significativas, como ir à missa, rezar o terço ou dançar (dentre tantas outras) devem, se possível, ser incorporadas nessa rotina de estimulação. Familiares serão valiosas fontes de informações sobre atividades e interesses. Nnunca esqueça que para realização de qualquer atividade é necessário o máximo de segurança possível. Nada de situações que possam representar riscos, seja para o paciente ou até para o próprio cuidador.

Fonte: www.reab.me

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