O processamento auditivo central é resultado de conexões neurais que auxiliam o indivíduo a ouvir e compreender o que ocorre no mundo auditivo e perceptivo, além de como codificar e decodificar os processos sonoros. Encontra-se relacionado com a aprendizagem da linguagem, da fala e da escrita, além da atenção e da memória.
 
A presença de Transtorno do Processamento Auditivo Central pode gerar:
·         Impacto na fala e na escrita (trocas na fala, atraso de linguagem, dificuldade na escrita);
·         Dificuldade acadêmica;
·         Dificuldade de socialização;
·         Dificuldade de sustentar a atenção para mensagens verbais;
·         Lentidão para dar respostas;
·         Apresentar erros ao seguir instruções orais;
·         Memória de curto prazo ruim.
 
O Transtorno do Processamento Auditivo Central pode coexistir com outros transtornos
A alteração da função executiva é um desses transtornos, a qual pode promover dificuldades escolares na vida do indivíduo como:
·         Gerenciamento de tempo;
·         Flexibilidade de pensamento;
·         Planejamento e organização de tarefas;
·         Manutenção do foco atencional;
·         Dificuldade com interpretação textual.
 
Orientações importantes para as escolas, quanto ao processamento auditivo central:
·         Reconhecer que o indivíduo não tem controle de suas dificuldades.
·         Compreender que o aluno não tem dificuldades com os seus recursos intelectuais. Ajude-o a descobrir seus talentos.
·         Utilizar frases mais curtas contendo pausas nítidas, com articulação clara, com ênfase na entonação e dando pista orofacial.
·         Não negar a repetição do que foi dito quando o aluno não compreendeu anteriormente.
·         Guardar uma posição preferencial do indivíduo com Transtorno do Processamento Auditivo Central em sala de aula, isto é, posicionar o aluno a frente de modo a permitir a completa visualização do rosto do professor. Algumas vezes, a utilização de recursos tecnológicos como microfone remoto ou sistema FM, pode se fazer necessário, o que traz grande benefício nestes casos.
·         Se possível, entregar a aula impressa para o aluno antes de ministrar.
·         Planejar as atividades em etapas, além de explicitar o objetivo da mesma.
·         Estabelecer metas curtas para as atividades propostas.
·         É interessante estabelecer uma rotina, sendo que o uso de agendas e planners podem auxiliar nesta questão, favorecendo o planejamento e organização das tarefas a serem realizadas.
·         Se possível, realizar revisões periódicas sobre os assuntos passados em sala de aula.
·         É sempre importante contextualizar os assuntos abordados em aula e, se possível, proporcionar uma prática de exercícios com modelos similares aos dos testes.
·         Reconhecer que pode ocorrer cansaço mental antes do esperado. O descanso mental significa uma atividade motora, como subir e descer escadas.
·         Cuidar do ruído do ambiente físico para garantir a inteligibilidade da fala.
·         Assegurar-se de que o aluno compreendeu as solicitações, pedindo-a para repetir o que foi dito, além de sempre dar as instruções de forma clara. É necessário sempre antes de passar instruções para a criança certificar-se que ele está com o foco de atenção em quem está falando.
 
Desse modo, para que o indivíduo com Transtorno do Processamento Auditivo Central consiga ter um melhor desempenho na escola é fundamental um trabalho conjunto entre a família, o fonoaudiólogo e a escola.
Procure um profissional e tire todas as suas dúvidas!